ABSTRACT
A questão da eutanásia animal, realizada nos Centros de Controle de Zoonoses, é um tema que gera muita polêmica. Sentimentos e valores de vida e morte, amor e ódio, prisão e liberdade estão presentes na ação dos serviços prestados pela instituição e acarretam sofrimento psíquico a esses trabalhadores. Dentre os membros das equipes responsáveis pela eutanásia de animais, a expressão do luto se estabelece por queixas, comportamentos e desempenho que precisam ser levados em consideração. Objetivo: este estudo tem por objetivo problematizar a questão da eutanásia animal enquanto fator de sofrimento psíquico, com ênfase ao impacto subjetivo do sofrimento no trabalho. Método: foi elaborado um ensaio de reflexão a partir de um levantamento bibliográfico. Realizou-se pesquisa eletrônica de artigos periódicos indexados nas seguintes Bases de Dados: MEDLINE, SCIELO E LILACS. Também foram levantados nesta busca sistematizada: dissertações, teses, livros, capítulos de livros e legislação existentes sobre o tema. Este estudo utilizou como referencial teórico Dejours, que traz uma reflexão entre organização do trabalho e sofrimento humano. Como aponta este autor, o sofrimento é algo que faz parte do processo de trabalho, inerente a ele, logo não se trata de tentar eliminá-lo, mas sim compreender como este é produzido na e pela organização de trabalho e possibilitar a sua elaboração por parte do trabalhador, buscando modificar as condições que lhe deram origem. Resultados: as referências encontradas indicam que, dentre as várias teorias que abordam o sofrimento psíquico no trabalho, o mesmo exerce influência sobre o estado emocional do indivíduo. Por essa razão, são imprescindíveis os estudos que enfoquem as conseqüências à saúde do trabalhador, envolvido direta ou indiretamente nesta problemática.